segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Festa de Yemanjá - 2 de fevereiro


Iemanjá, a Rainha do Mar, das Águas e Mãe de quase todos os Orixás, é uma Deusa abrasileirada, resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos. Por conta dessa fusão, Yemanjá é um mito de poder altamente aglutinador. A tranqüilidade na superfície do mar, ou a tempestade rugindo, as ondas quebrando-se sobre as embarcações ou sobre as praias, tudo é conduzido por sua mão suprema.
Iemanjá de tantos poderes, de tantos nomes e tantos filhos, sempre foi exaltada por negros e brancos e seu culto se verifica de norte a sul no Brasil. Governa os poderes de regeneração e pode ser comparada à Deusa Ísis. No seu reinado, o fascínio de sua beleza é tão grande como o seu poder.
Como um orixá marítimo, ela é a mais prestigiosa entidade feminina dos candomblés da Bahia, recebe rituais de oferendas e grandes festas lhe são dedicadas, indo embarcações até o alto-mar para lhe atirar mimos e presentes. Protetoras das viagens e dos marinheiros, obteve o processo sincrético, passando a ser a Afrodite brasileira, padroeira dos amores, dispondo sobre uniões, casamentos e soluções amorosas. Quem vive no mar ou depende de amores é devoto de Iemanjá. Convergem para ela orações e súplicas no estilo e ritmos católicos.
Queixas são contadas a Iemanjá, esperanças dela provêm, planos e projetos de amor, de negócios, podem ser executados caso ela venha a dar seu assentimento.
A Deusa lunar Iemanjá rege a mudança rítmica que caracteriza as mudanças de toda a vida por estar ligada diretamente ao elemento água. Está ligada ao movimento, à expansão e o desenvolvimento. É ela a responsável pela identificação que as mulheres experimentam de si mesmas e que as definem individualmente. Separa o que deve ser separado, deixando somente o que é necessário para que se apresente a individualidade.
Como Deusa Lunar, Iemanjá tem como principal característica a "mudança". Ela nos ensina, que para toda a mulher, o caráter cíclico da vida é a coisa mais natural. Seu sincretismo com a Nossa Senhora e a Virgem Maria lhe conferem a supremacia hierárquica na função materna que representa. É a Deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional. Ela é "toda ouvidos" para escutar seus filhos e os acalenta no doce balanço de suas ondas. Ela representa as profundezas do inconsciente, o movimento rítmico, tudo que é cíclico e repetitivo. A força e a determinação são suas características básicas, assim como o seu gratuito sentimento de amizade.
Iemanjá surge nas espumas das ondas do mar para nos dizer que é tempo de "entrega". Entregar o peso que você pode estar carregando sem se dar conta, o peso da ilusão de que tem que resolver tudo sozinha, Pois saiba que a entrega não significa derrota. Pedir ajuda também não é humilhação, a vida tem mais significado quando compartilhamos nossos momentos com mais alguém. Geralmente esta entrega ocorre em nossas vidas forçosamente. Se dá naqueles momentos em que nos encontramos no "fundo do poço", sem mais alternativas de saída, então nos viramos e entregamos "à Deus" a solução. E, é exatamente nesta hora que encontramos respostas, que de maneira geral, eram mais simples do que imaginávamos. A totalidade é alimentada quando você compreende que o único modo de passar por algumas situações é entrega-se e abrir-se para algo maior.
Quando abrimos uma brecha em nosso coração e deixamos que a Deusa atue em nós, alcançamos o que almejamos. Entrega é confiança, mas tente pelo menos uma vez entregar-se, pois lhe asseguro que a confiança virá e será tão cega e profunda quando a sua desconfiança de agora. O seu desconhecimento destes valores, escondem a presença de quem pode lhe ajudar e provocam sentimentos de ausência e distância.

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